sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Nasce mais um blog!


A Cris Maejima, do blog Vegetariana, no portal da MTV Brasil, me convidou pra ser sua sucessora e eu aceitei a missão com muita honra! Acaba de nascer o Animalista.

O blog Animalista vai falar sobre veganismo e direito animal, assim como o brazil nut, mas eu vou tentar abranger esses assuntos lá de uma forma um pouquinho diferente da que eu faço por aqui, pra ninguém ficar de saco cheio.

Estão todos convidados a passar por lá, fazer uma visita, tomar um cafézinho e me dar aquela força e good vibe que todo estreante precisa.

O intuito é o mesmo aqui e lá: espalhar a mensagem do veganismo, educar e esclarecer ao máximo, e possivelmente ajudar a desmistificar a idéia de que ser vegano é difícil ou radical.

Estou muito feliz com esse presente da Cris e super animada com a oportunidade de escrever mais sobre dois assuntos que me inspiram e comovem tanto.

Conto SEMPRE com a sua ajuda.

Pelos animais.

Abraços veganos!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Como as vacas viram bife


Não é difícil imaginar por que a indústria da carne não deixa nem o mais entusiasta dos carnívoros chegar perto de seus matadouros. Até mesmo nos matadouros onde o gado morre rapidamente, é dificil imaginar um dia sem que vários animais (dezenas, centenas?) sejam mortos de maneira horripilante.

Num matadouro típico, o gado é conduzido por uma rampa até um receptáculo cilíndrico por onde sua cabeça vai se encaixar. O funcionário encarregado de abater, ou chamado “batedor”, atira com uma pistola pneumática entre os olhos da vaca. Um parafuso de aço penetra o crânio do animal normalmente levando-o à inconsciência ou à morte. Às vezes o tiro só atordoa o animal, que permanece consciente ou mais tarde acorda enquanto está sendo “processado”. Vamos ao que interessa aqui: os animais são sangrados, pelados e esquartejads enquanto conscientes. Isso acontece o tempo todo. A combinação velocidade de linha de produção, que aumentou 800% nos últimos 100 anos, e o pouco treinamento dos funcionários, que trabalham sob péssimas condições, é garantia de erros.

Em 12 segundos ou menos, a vaca que recebeu o tiro de pistola vai para o final da rampa e chega até o próximo funcionário, que vai amarrar uma corrente em volta das pernas traseiras e assim levantar o animal, deixando-o pendurado. Ele é agora mecanicamente transportado até o próximo funcionário, que corta as artérias da carótida e a veia jugular no pescoço da vaca. Ela é transportada novamente até a linha de sangramento, onde seu sangue será drenado por vários minutos.

Cortar o fluxo de sangue que irriga o cérebro do animal vai matá-lo, mas não instantâneamente. Se a incisão for feita de forma errada, isso pode restringir o fluxo de sangue, prolongando ainda mais o estado consciente do animal. “Eles piscam os olhos e esticam o pescoço de um lado pro outro, desesperados”, explicou um funcionário.

A vaca então é transportada pela linha até o “pelador de cabeças” - a parada onde a pele da cabeça do animal é arrancada. A porcentagem de gado ainda consciente nesse estágio é baixa, mas não é zero. Um dos funcionários acostumados com esse procedimento explicou: “Muitas vezes o “pelador” percebe que o animal ainda está consciente e começa a chutar enlouquecidamente. Se isso acontece, o pelador enfia uma faca na parte de trás da cabeça do bicho pra cortar a espinha”.

Essa prática, descobriu-se, imobiliza o animal, mas não o torna insensível. Não dá pra saber quantos animais passam por isso porque ninguém tem permissão de investigar isso a fundo.

Depois do pelador-de cabeças, a carcaça (a vaca) passa pelos encarregados das pernas, que são os funcionários que cortam as partes inferiores das pernas do animal. “Já os animais que voltam à vida nessa parte do processo”, disse um dos funcionários, “parece até que eles tentam escalar as paredes. E um funcionário não vai querer esperar até que chegue alguém lá pra tentar matá-los, então ele simplesmente corta a ponta das pernas com um tesourão. Quando se faz isso, o gado fica maluco, chutando pra todos os lados”.

O animal então é completamente pelado, eviscerado e cortado ao meio, e a essas alturas ele finalmente já está parecido com o bife - aquele que a gente vê pendurado na geladeiras e freezers, assustadoramente imóvel.

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O original desse texto, assinado por Jonathan Safran Foer, foi publicado hoje no periódico britânico The Guardian. O título, em inglês, é "How cows become beef". Tradução minha. Clique aqui pra ler o artigo original em inglês.

Foer é o autor do best seller "Eating Animals".

Atualização: a querida Adriana Lisboa é a responsável pela tradução para o português do livro "Eating Animals". Fiquem de olho aí no Brasil porque vai sair pela editora Rocco ainda este ano. 

sábado, 20 de fevereiro de 2010

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Spaghetti marinara com almôndegas veganas


Taí a coisa mais fácil do mundo de preparar e totalmente vegana. E bom demais, né?! Prepare o spaghetti quando o molho marinara estiver quase pronto. Depois, misture tudo ou sirva o molho por cima do macarrão. Eu prefiro a segunda alternativa.

Molho Marinara:

* 1 colher (sopa) de azeite de oliva
* 1 cebola picada
* 4 ou 5 dentes de alho picados
* 3 ou 4 tomates picados
* 2 colheres (sopa) de pasta de tomate
* Sal a gosto
* Salsinha fresca picada

Salteie a cebola picada no azeite até que fique translúcida - uns 5 minutos. Acrescente o alho e mexa bem. Deixe cozinhar por mais uns 2 minutos. Adicione os tomates picados, a pasta de tomate, sal e salsinha fresca picada. (Adicione também 1 colher (chá) de açúcar. A gente usa Agave Nectar, mas você pode usar demerara ou outro açúcar que não seja industrializado. Isso faz com que o molho não fique muito ácido). Deixe cozinhar na panela em fogo bem baixo por um tempão, até que os tomates se desfaçam (no mínimo uns 25 minutos). Vá misturando de vez em quando pra não queimar.


As almôndegas que usamos dessa vez foram compradas prontas. Se você encontrar essa marca da foto acima (acho que só vende nos Zuza), aproveite. É deliciosa. Se não, faça você mesmo as suas almôndegas veganas. Esta receita é muito boa. E esta outra também é ótima.


E mangia que te fa bene! :)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Valentine's Day em Nova York

Se você vai estar por aqui no domingo, prepare-se para um programinha romântico, se estiver (bem) acompanhado/a. Nova York é perfeita pra se passar o Dia dos Namorados, que aqui é comemorado todo ano no dia 14 de fevereiro.

Vocês podem jantar à luz de velas num dos vários restaurantes veganos da cidade ou simplesmente fazer um passeio juntos pelo Central Park (mas tragam gorro, luvas e cachecol).

Se for presentear, seja criativo. Dá pra presentear sem gastar demais e sem desperdiçar. Os blogs Girlie Girl Army e The Discerning Brute, têm idéias ótimas pra presentes. A loja Organic Avenue, por exemplo, tem produtos de beleza veganos sensacionais. E a linha Pink Body da Victoria's Secret é 100% vegana.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Brunch no jantar

Tofu mexido, quinoa (quínua), bacon de soja e torrada com margarina vegana. Simples e luxuoso ao mesmo tempo. No final de semana, o café da manhã aqui nos ZUZA é uma coisa mais caprichada, com sabor e preparação de refeição completa mesmo. É também uma ótima oportunidade de se reunir com os amigos e comer bem, enquanto se relaxa, bate-papo e lê-se o jornal NY Times, que no domingo é gigantesco e maravilhoso.


E tem comida que é tão boa, como essa por exemplo, que de tão boa, acaba virando jantar também. Por que não?! Você também tem alguma comidinha favorita de café da manhã ou brunch que adora e acaba fazendo de vez em quando no jantar?

Pra saber como preparar essa refeição delícia, basta clicar nos links.

Go vegan! É bom demais! :)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Crueldade numa Fazenda de Leite em Nova York

Há pouco tempo eu conheci melhor uma organização da qual já tinha ouvido falar muito e muito bem: a Mercy for Animals.


Eles têm uma sede em Chicago, no estado de Illinois, e outra em Columbus, Ohio, e trabalham para criar uma sociedade em que os animais sejam tratados com o respeito e a compaixão que merecem. E, assim como a Farm Sanctuary, concentram-se no resgate de animais de fazenda, já que mais de 99% da crueldade contra os animais nos EUA ocorre dentro das indústrias da carne, laticínios e ovos - onde mais de 9 bilhões de animais são confinados, mutilados e assassinados a cada ano.

Ano passado eu tinha assistido a um documentário sério e muito bem produzido pela HBO, chamado Death on a Factory Farm, algo como "Morte numa Fazenda Matadouro". Assisti aos prantos à investigação de um voluntário da Mercy for Animals que se disfarçou, se infiltrou e filmou os horrores que aconteciam naquele lugar.

Aí, semana passada, quando fui a um jantar, organizado por eles aqui em Nova York, chamado "Celebrating Compassion" (Celebrando a Compaixão), sabe quem estava lá? O carinha que participou da investigação do documentário da HBO. Um herói de verdade, sentado ali pertinho de mim. O evento inteiro foi emocionante, com videos e premiações, uma comida vegana deliciosa, e até uma apresentação muito bacana da cantora Nellie McKay - que eu adoro. Mas o ponto alto mesmo da noite, pra mim, foi poder apertar a mão e agradecer em pessoa àquele herói anônimo, que faz um trabalho tão importante e tão difícil e que eu jamais teria a coragem de fazer.

Recentemente, uma nova investigação da Mercy for Animals revelou os segredos de uma fazenda de leite no estado de Nova York, chamada Willet Dairy. Outro investigador disfarçado trabalhou lá e documentou em video e audio atos de tremenda crueldade animal, e essa revelação virou até notícia no jornalismo televisivo daqui, já que essa fazenda é responsável por fornecer laticínios à produtores de queijos que atendem a grandes redes americanas, como Pizza Hut, Dominos e Papa John's.



Essa investigação da Mercy for Animals revelou, entre outras atrocidades, vacas doentes, abandonadas sem cuidado veterinário, com feridas abertas e infecções terríveis; empregados batendo, chutando, esmurrando e dando choques elétricos em vacas e bezerros; vacas vivendo em espaços apertados cujo chão de concreto é coberto de fezes e sujeira; bezerros recém-nascidos sendo arrastados pra longe de suas mães pelas pernas, gritando e chorando, causando desespero nas pobres vacas...

Você tem o poder de ajudar a acabar com esse horror. Torne-se vegano. E mostre que você se importa. Seja já a mudança que você quer ver no mundo.

Assista ao video acima e recomende a todos aqueles que dizem: "ah, eu acho que jamais conseguiria deixar de comer queijo; é tão gostoso". E, claro, sempre que puder, suporte organizações como a Mercy for Animals, que sobrevive da ajuda de voluntários incansáveis e que resgata animais de fazenda e educa atraves da informação - a melhor arma contra a ignorância e a violência.

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